segunda-feira, 13 de julho de 2009

Negra Lisboa acolhe negros meninos
Brincando negras brincadeiras de meninos
Nas esquinas, nos cantos e travessas negras
Nos bairros mundanos, sujos e porcos.

Dos subúrbios com odor de negritude
Dos negros meninos e das negras meninas
Marcadas de negras carícias
Trazidas pelas sirenes que soltam corridas

Nas vossas senzalas esquivam-se da chibata
Passado negro presente escuro e obscuro futuro
Vossos corações congelados de cegueira e escuridão
Olhos desaguam em mares negros de lágrimas

Inundam as senzalas de frias dores
Lágrimas negras escorrem no chão
Está aí corpo no chão, nas mãos dos capatazes
Negros a menos e negras a menos e negros fins

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