segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Responsabilidade

A escola é o reflexo da sociedade ou está a sociedade reflectida na escola? Ambas as possibilidades estão em jogo… A escola vive o dilema de uma sociedade sem modelo, onde todos tentam mudar com boas reformas e boas intenções, porém o insucesso é certo. Os fracassos começam a moldar o sistema, contudo não podemos assistir inertes a esta deterioração, permitindo que as falhas se entranhem e contribuindo para o perpetuar desta instabilidade.
A escola, enquanto instituição, deve agir de forma concertada com os restantes agentes sociais no sentido de mitigar as problemáticas que afrontam a comunidade mais jovem, a falta de valores e de interesse ante a vida e a realidade circundante, o desconhecimento dos termos responsabilidade e persistência, o desrespeito pelos mais velhos, designadamente por aqueles que mais lhes dão, aqueles que lhes tentam transmitir toda a sua experiência e sabedoria, pais e professores. A responsabilidade que se imputa à escola pela degradação dos valores, pela crescente passividade dos jovens é a mesma que deve ser imputada a cada um de nós. De facto assume-se comummente que a escola é por excelência a instituição que deve criar alicerces para sustentar e orientar os jovens e não obstante tal presunção ter um fundo de verdade, a questão é que isso não pode ser motivo para que terceiros se alheiem de tal tarefa.
Mas que sociedade é a nossa? Quando se vai apurar responsabilidades a culpa não é de ninguém… É muito mais conveniente “sacudir” a responsabilidade do que admiti-la e encontrar soluções, caminhos alternativos, admitir o erro e voltar a olhar para o problema a partir de uma nova perspectiva.
Mais do que apurar responsabilidades pelas falhas cometidas há que encontrar soluções, unir esforços e edificar um sistema que oriente e fortifique a educação, o âmago da sociedade.
FK e Único

1 comentário:

Diana disse...

Penso que a escola é o reflexo da sociedade.
E a verdade é que é um espaço onde há muito mais do que a simples vontade de aprender e a simples vontade de ensinar. Ou, por outras palavras, será que essas vontades básicas existem mesmo? Será que os alunos encaram a escola, não como sua obrigação, mas como espaço onde vão aprender coisas novas e crescer enquanto humanos? Será que os professores estão mesmo preocupados com o que os seres humanos que têm à sua frente pensam, com aquilo em que eles se podem tornar?
Sinceramente nunca entendi por que razão essas vontades básicas que deviam imperar numa escola nem sempre estão lá como as coisas mais óbvias do mundo. Vemos alunos que estão lá porque claramente alguém os obrigou, ou a sociedade em si, impõe que os jovens tenham de ir à escola. Vemos professores que estão lá porque é o trabalho deles. Alunos que querem passar, ou simplesmente, tirar boas notas sabe-se lá para quê. Professores que, simplesmente, dão matéria e notas. E quando as notas não são o que mais desejariam, preocupam-se tanto que não hesitam em brindar-nos com aquela frase do «Eu já fiz a escola! Vocês é que sabem.»